Biodiversidade

TEMA GERADOR: BIODIVERSIDADE

Durante o Segundo semestre de 2011, cursamos a disciplina de Educação Ambiental, e nos foi porposto elaborar um trabalho a partir de um tema gerador.
O tema gerador escolhido por nós foi “Biodiversidade”, por uma maior identificação com o assunto e por ser tão discutido e exposto por diversos meios de comunicação, não só pelo meio acadêmico, através de artigos científicos, mas também pela mídia em geral.
Primeiramente, a nossa visão a respeito da biodiversidade era muito simples e restrita, entretanto, após o desenvolvimento de um seminário a respeito dos aspectos biológicos desse tema, pudemos desenvolver uma visao diferente e muito mais ampa, e assim, percebemos que considerávamos o conceito não de uma forma tão abrangente como ele realmente é.
Para a formação de tal conceito, foi necessária a construção de uma rede de conhecimentos através da leitura de diversos artigos, framentos de livros e notícias. A seguir disponibilizaremos algumas referências bibliográficas que considerávamos mais significativas.
Com isso, pudemos montar um portifólio disponibilizando todo o material feito por nós, encontrado no LEB da FFCLRP, na USP-RP. Porém, o portifólio que montamos não é composto somente pelo trabalho realizado com o tema gerador, também estão incluídos alguns textos e reflexões feitas durante a disciplina e que fizeram parte da construção do nosso conhecimento em Educação Ambiental.

Julia Pimenta de Oliveira e Gabriela Cristina Sganzerla. Portifólio com o tema "Biodiversidade".


A seguir o texto redigido a partir do trabalho elaborado sobre o tema gerador, Biodiversidade, atrelado ao conhecimento biólogico, juntamente de um arquivo de Slides referentes a este primeiro momento do trabalho.

  
BIODIVERSIDADE E ASPECTOS BIOLÓGICOS
                                                
   
           Origem do termo “biodiversidade”

 O homem tem se preocupado com o estudo da biodiversidade desde muito tempo atrás, já que registros dessa preocupação são de épocas remotas. A mente humana sempre foi ocupada pela diversidade biológica. Como disse Mayr, um biólogo alemão, por mais ignorante que uma tribo indígena possa ser em relação a aspectos biológicos, ela atribui diferentes nomes a animais e plantas, desenvolvendo um vocabulário razoável para diversas espécies. As primeiras criaturas a serem nomeadas são as que possuem uma relação mais direta com o homem.
Na civilização ocidental, os ensinamentos do Gênesis, contido na Bíblia, foi o principal livro a influenciar a mente humana e a direcionar sua preocupação para temas como a origem do universo, dos animais, das plantas, as relações das formas e do meio. Mas foi com Aristóteles, e seus estudos dos animais e plantas, que a biologia nasceu. Depois dele, muitos outros estudiosos se dedicaram a estudar os seres viventes. Entretanto, foi com as grandes navegações que a preocupação com a diversidade biológica se tornou evidente (Oliveira 2005)
Em 1980, o termo “diversidade biológica” foi introduzido à comunidade cientifica pelo biólogo norte americano, Thomas Loveloy.


                              Thomas Loveloy - Presidente do centro de ciência H. John Heinz III 

Em 1988, com o livro organizado por Wilson & Peter, o termo “biodiversidade” foi disseminado e rapidamente aceito pelos estudiosos. A partir da Conferência Rio-92, o termo passou também a ser aceito pela mídia, e com isso, “biodiversidade” e “diversidade biológica” passaram a ser sinônimos. Consequentemente, os estudos direcionados para a biodiversidade começaram a crescer grandemente com o decorrer do tempo (Lewinsohn & Prado 2006).


                                           Fonte: Zoological Record online, levantamento próprio.

             O que é biodiversidade?

        Um dos problemas associados à definição de biodiversidade é o fato do termo ser entendido de diversas formas dependendo da área, grupo profissional ou social que o interpreta (Araújo 1998 apud Oliveira 2005).
No contexto social, o termo vem sendo propagado na população pela mídia, e é amplamente utilizado no contexto de sustentabilidade e conservação da biodiversidade (Oliveira 2005). Parte da população, mesmo se preocupando com essa conservação, não se questiona e muitas vezes não entende o real motivo desse ato. Outras simplesmente não se preocupam. É nesse sentido que a Educação Ambiental deve trabalhar: pela conscientização e sensibilização de indivíduos e grupos em relação ao meio ambiente e seus problemas associados. Além disso, estimular a participação dessas pessoas na resolução desses problemas (UNESCO/UNEP 1976).
No contexto econômico, são valorizadas a importância e a utilidade da biodiversidade. Interessa-se o lucro que ela proporciona como matéria prima. Muitas vezes o real valor da biodiversidade – seu valor intrínseco – não é levado em conta.
No contexto político, a biodiversidade aparece em políticas públicas de sustentabilidade (Oliveira 2005), em projetos de conservação e preservação. O meio ambiente, seu equilíbrio e preservação são assegurados por lei no Artigo 255 da Constituição Federal (Brasil 1997).
O termo não tem sido um consenso nem mesmo no contexto biológico. Cada área dessa ciência trabalha a biodiversidade com um enfoque distinto. As principais categorias são:
* Diversidade genética
* Diversidade de organismos
* Diversidade de ecossistemas

Apesar de haver uma grande variedade de definições, inclusive no âmbito da Biologia, foi proposta uma definição pela Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), que foi assinada no Rio de Janeiro em 1992:
A CDB define diversidade biológica como sendo “a variabilidade entre organismos vivos de qualquer origem incluindo, entre outros, ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos, e os complexos ecológicos de que fazem parte; isto inclui diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas” (Brasil, 1992. CDB Artigo 2).
Aprofundando-se um pouco mais na definição temos que:

* Diversidade dentro de espécies: “abrange toda a variação entre indivíduos de uma população, bem como entre populações espacialmente distintas da mesma espécie. Na prática, essa diversidade tem sido tratada como equivalente à diversidade genética” (Lewinsohn & Prado 2006).
* Diversidade entre espécies: “corresponde ao que se chama de diversidade de espécies: a variedade de espécies existentes em algum tipo de ambiente ou em uma região definida, de tamanho maior ou menor” (Lewinsohn & Prado 2006).
* Diversidade entre ecossistemas: “para os ecólogos, a biodiversidade é também a diversidade de interações duradouras entre espécies. Também tem sido tratada como correlacionada com a diversidade de fisionomias de vegetação, de paisagens ou de biomas” (Lewinsohn & Prado 2006).
“O conceito de biodiversidade parece ser um grande carrinho de supermercado, onde diferentes itens podem ser colocados. Para alguns, o termo biodiversidade é um cesto vazio, onde cada um coloca o que quer. Para outros, é um conceito tão global que se refere aos numerosos aspectos da diversidade da vida, compreendidos os usos que são feitos pelas sociedades humanas” (Lévêque 1999 apud Oliveira 2005).


Como é feito o estudo da biodiversidade?

A principal ciência para o estudo e conhecimento da diversidade biológica é a Taxonomia (Lewinsohn & Prado 2006), que é a ciência que classifica e identifica os seres vivos.
Para realizar essa classificação, a Taxonomia geralmente adota um conceito de espécie para poder diferenciar os seres vivos em grupos. O conceito de espécies que prevaleceu na Taxonomia até este século era: cada espécie corresponde a um tipo biológico, e indivíduos da espécie são mais ou menos parecidos com o tipo ideal desta espécie. Esse tipo ideal é descrito e é designado um espécime, que é depositado em coleção científica reconhecida. Esse espécime, conhecido como holótipo, deve ser completo e bem preservado, pois é escolhido como individuo que representará a espécie (Lewinsohn & Prado 2006).
Com o desenvolvimento da evolução, da genética e da ecologia de populações, o conceito de espécie está superado. Toda população é considerada variável e, por isto, descartou-se a noção de uma norma para a espécie (Lewinsohn & Prado 2006).
Após a promulgação da CDB, as coleções biológicas se tornaram mais evidentes para a sociedade e para o governo por serem responsáveis pela guarda dos espécimes que documentam a biodiversidade (Marinoni & Peixoto 2010).
Apesar de as coleções biológicas serem de extrema importância e responsabilidade, elas não substituem o ecossistema original, porém, são um patrimônio único e de extrema importância para o estudo e conhecimento da biodiversidade.


            Biodiversidade no Brasil

A partir do estudo da biodiversidade, é possível realizar uma estimativa da quantidade e das características das espécies existentes.
Analisando os resultados de diversos estudos, entre eles um realizado pela organização ambientalista Conservation International, cientistas chegaram à conclusão de que o Brasil faz parte do grupo dos 17 países megadiversos. Esses países possuem em seus territórios cerca de 70% da biodiversidade total do planeta (Szpilman 1998).
.           Esse estudos também chegaram a conclusão de que o Brasil é o campeão mundial em biodiversidade sendo o dono de maior parte das florestas intactas do planeta e o país mais rico do mundo em plantas e animais (Szpilman 1998), tendo assim, 20-22% da biodiversidade mundial sob seu território. Porém, os estudos também apontam que o Brasil utiliza pouco os recursos internacionais e nacionais existentes para a proteção de seus ecossistemas como também é um dos países que mais destrói o meio ambiente.



Por apresentar essa vasta riqueza, o país é alvo constante da biopirataria.
A biopirataria é a apropriação, por mais imprópria que seja, de materiais biológicos, genéticos e/ou dos conhecimentos comunitários associados a eles em desacordo com as normas sociais, ambientais e culturais vigentes, e sem o consentimento prévio fundamentado de todas as partes interessadas (Hathaway 2001).
Mesmo sendo membro da CDB, no entanto, o Brasil não possui uma legislação eficaz sobre a exploração comercial de seus recursos biológicos. Por isso, a biopirataria também representa o aproveitamento sobre essa lacuna na legislação nacional sobre o tema.

           Por que estudar a biodiversidade? 

       O estudo da biodiversidade tem se mostrado importante por diversos motivos. Primeiramente, de acordo com algumas ideias de  Lévêque , partindo para motivos ecológicos, a biodiversidade e indispensável para manter os processos de evolução do mundo vivo, pois ela participa da regulação dos grandes equilíbrios físico-químicos da biosfera, em nível de produção e reciclagem do carbono e oxigênio, contribuindo para a fertilidade do solo, regulação do ciclo hidrológico, decomposição, etc.
Já partindo para motivos éticos patrimoniais, segundo o princípio da igualdade entre as gerações, deveríamos transmitir aos nossos filhos a herança que recebemos, pois os ecossistemas e suas espécies são verdadeiros laboratórios para a compreensão da evolução biológica.
Além disso, no âmbito econômico, os estudos permitem que saibamos qual é e aonde esta o nosso acervo biológico, sendo uma importante estratégia econômica para o país, já que o Brasil possui uma grande riqueza em biodiversidade que pode ser devidamente usufruída. ‘E importante que o país possua uma legislação própria que proteja tais riquezas, mas a não utilização e a falta de conhecimento faz com que essa riqueza seja desperdiçada. Também, o conhecimento científico pode ser utilizado como base para o desenvolvimento de projetos que permitam a aplicação racional e sustentada da biodiversidade. Um exemplo que evidencia a necessidade de projetos bem desenvolvidos trata-se do fato do país abrir suas florestas nacionais a exploração sustentada. Em países como Canadá, Estados Unidos, França e Inglaterra possuem modelos similares que tem funcionado de maneira eficiente. Entretanto, a realidade social e o nível cultural médio desses países divergem grandemente do nosso, que foram obtidos através de séculos de evolução e educação continuada. Portanto, mostra-se evidente que a aplicação no Brasil de um modelo como esse seria desastroso, pois as pessoas envolvidas nesse processo, os madeireiros, encontram-se geralmente em situação precária, com um baixo salário e falta de educação ambiental, fazendo com que esses trabalhadores não se importem com os cuidados mínimos necessários nas diversas fases do processo de exploração, podendo levar a grandes desastres ambientais. Assim, pode-se notar a necessidade do desenvolvimento de novos projetos que se enquadrem a realidade do nosso país e não o uso de projetos prontos. Portanto, só com o conhecimento que poderemos conservar (Rodrigues 2003). Tratando ainda do conhecimento científico e pesquisa, através de pesquisas foram desenvolvidas listas de espécies que estão ameaçadas de extinção. E no Brasil, grande parte dos esforços das pesquisas para a conservação da biodiversidade vem sendo direcionada com o fim de incluir as espécies sob o risco de extinção nas listas oficiais (Moraes 2010).
Porém, evidenciou-se que a inclusão de animais à lista de animais em extinção pode gerar uma contradição.  Descobriu-se que o fato de uma espécie constar em uma lista de animais em extinção faz com que o homem ajude a provocar a sua extinção, pois ao ser considerado como uma espécie ameaçada o seu preço aumenta entre os colecionadores, aumentando a procura por tal espécie. Esse fato nos mostra que a busca por meios eficientes a conservação não são simples e carecem de análises complexas (Brook & Sodhi 2006).

O valor da biodiversidade

Atualmente, as pessoas têm se preocupado grandemente em atribuir valores à biodiversidade. Mas, por quê? De acordo com um dos capítulos do livro “Biodiversidade”, uma das causas pode ser que a maioria das perdas da biodiversidade são causadas pelas realidades econômicas dominantes da atualidade, como o desenvolvimento tecnológico, o consumismo, agricultura, etc. As nossas vidas são dominadas por tais manifestações econômicas, levando-nos a atribuir valores econômicos à biodiversidade. Outra causa, pode ser que nossa capacidade de destruir a diversidade nos coloca uma sensação de falsa superioridade, forçando-nos a julgar e avaliar aquilo que está em nosso poder. Entretanto, estamos atribuindo valores que na verdade são as premissas causadoras da destruição da biodiversidade, ou seja, nessa busca de atribuir valores a biodiversidade estamos na verdade legitimando o processo que a esta destruindo.
“… se persistirmos nessa cruzada de determinar valor onde o valor deveria ser evidente, nada nos restará quando a poeira finalmente baixar, a não ser nossa ganância.”
Portanto, O valor é intrínseco à diversidade. O valor simplesmente existe (Ehrenfeld 1988).

Referências bibliográficas


BROOK, B.W. & SODHIN.S. Rarity bites. Nature, 444, p. 555, 2006.
EHRENFELD, D. Por que atribuir um valor à biodiversidade? In: WILSON, E.O. & PETER, F.M. Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.
HATHAWAY, D. A biopirataria no Brasil. In: Seria melhor ladrinhar? ISA/UnB, 2001.
LEWINSOHN, T. M. Avaliação do Conhecimento da Biodiversidade Brasileira. Ministério do Meio Ambiente – MMA, Brasília. 2006. Vol. 1. 269p.
MARINONI, L. & PEIXOTO, A.L. As coleções biológicas como fonte dinâmica permanente de conhecimento sobre a biodiversidade. Ciência & Cultura, 62(3). p. 54-57, 2010.
MORAES, M.A. Até que ponto a ciência pode contribuir para a conservação da diversidade biológica? Ciência & Cultura, 62(3), p. 6-7, 2010.
OLIVEIRA, L.B. O perfil conceitual de biodiversidade: do professor-formador ao professor de Biologia em serviço. São Paulo, 2005. Dissertação apresentada à Faculdade de Educação da USP.
RODRIGUES, M.T. Biodiversidade: do planejamento à ação. Ciência e Cultura 55(3), p. 47-48, 2003.
SZPILMAN, M. Biodiversidade: as nações mais ricas em diversidade do planeta, 1998. Disponível em: http://insitutoaqualung.com.br/info_biodiversidade23.html (acesso 19/09/11).



Em um Segundo momento de nosso trabalho, escolhemos um problema ambiental local da cidade de Ribeirão Preto, que está envolvido com o nosso tema gerador: Biodiversidade.
O Problema ambiental escolhido foi a falta de arborização na area urbana de Ribeirão Preto.
Para escolher o problema, levantamos diversos dados sobre a cidade, descobrindo inúmeros impasses, através de notícias de jornais, revistas e sites.
Escolhemos o problema da má arborização pelo fato de estar diretamente e indiretamente relacionado com a biodiversidade existente na cidade. Diretamente pois as árvores são seres vivos que fazem parte da biodiversidade do Município, e indiretamente pois essas atraem animais, aumentando a diversidade biológica nos locais onde estão plantadas.




PROBLEMA LOCAL BIODIVERSIDADE: FALTA DE ARBORIZAÇÃO NA ÁREA URBANA 

Ribeirão Preto surgiu em 1856, com a doação de terras de diversos fazendeiros. Porém, não apenas gente que fez doação de terras, mas também outros que muito trabalharam pela localidade são considerados fundadores de Ribeirão Preto.
A cidade ganhou impulso com a lavoura de café, cultivada pelos imigrantes e fertilizada pela terra vermelha, e com o passar do tempo, transformou-se na região no maior produtor de grãos na virada do século XIX. Trazendo então, grande desenvolvimento para a promissora cidade. Este desenvolvimento trouxe novas culturas, como a cana-de-açúcar, a soja, o milho, o algodão, a laranja e implantou uma forte agroindústria.
A implantação da agroindústria somada à intensa urbanização levaram a uma grande depredação da área dotada de paisagens naturais, com a consequente diminuição da biodiversidade existente na região.
Hoje, Ribeirão Preto é terceira maior cidade do interior paulista e brasileiro, constituída por uma enorme área urbana carente de espaço de áreas verdes, pois nas últimas décadas a cidade cresceu bastante, mas o verde urbano não acompanhou esse crescimento. É uma das cidades com menor índice de área verde por habitante do Estado de São Paulo, tendo cerca de 3% de vegetação nativa remanescente, sendo que a Floresta da USP contribuía com 20% desse valor antes do incêndio que sofreu no dia 16 de agosto de 2011.
 Este fato evidencia a necessidade do aumento da quantidade e da melhoria da qualidade do verde na região. Com o aumento da área verde, com uma maior arborização da cidade, não só aumentar-se-ia a biodiversidade vegetal, mas também, a biodiversidade animal, alimentando e abrigando pássaros e outros animais, trazendo inúmeros benefícios à população, já que propicia uma variabilidade maior de espécies, consequentemente influenciando positivamente para um maior equilíbrio das cadeias alimentares e diminuição de pragas e agentes vetores de doenças. O aumento de árvores na cidade contribuiria para uma diminuição dos impactos gerados pela urbanização. Porém, essa arborização teria que ser bem planejada levando em conta as espécies nativas da região, que fazem parte da Floresta Estacional Semidecidual, que está inserida no bioma Mata Atlântica.
 Uma das grandes características da cidade é o calor acima da média, sendo o clima típico o tropical úmido. O excessivo calor evidencia os benefícios que uma melhor arborização acarretaria para a cidade. Pois, como é apresentado no manual de arborização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Ribeirão Preto, uma árvore isolada de grande porte, se estiver em boas condições, pode transpirar até 400 litros de água em um dia, enriquecendo a umidade do ar. Estima-se que um pequeno maciço de árvores de copas frondosas pode gerar um ambiente sombreado com até 3ºC a menos de temperatura em relação ao ambiente ao redor.
Além disso, a vegetação gera menos aquecimento do ar e de objetos próximos porque reflete apenas 10 a 20% da radiação, enquanto que as superfícies artificiais podem refletir até 50% da radiação incidente.      Portanto, a arborização traria uma maior retenção de poeira, maior absorção de gás carbônico e produção de oxigênio, reduzindo a poluição do ar, amenização de conseqüências indesejáveis da insolação direta e traria mais sombra e frescor.
Queimadas e desmatamentos são macroproblemas ambientais da região que agravam o problema da falta de arborização no município e prejudicam toda a população.
Há diversas outras razões que reforçam a ideia de expandir a área verde da cidade, como a presença de árvores em determinada área melhoram o solo por meio de suas raízes e folhas, favorecendo a infiltração de águas pluviais, diminuem a força da água da chuva que cai no solo, criam lugares agradáveis para encontros e descanso, reduzem a intensidade de ruídos, com suas variações de flores e frutos fornecem à cidade um toque de beleza, etc.
Com isso, pode-se concluir que a paisagem vegetal melhora grandemente a nossa qualidade de vida, mostrando então, o valor de projetos que visem à implantação de uma arborização consciente na cidade de Ribeirão Preto.
Cabe ressaltar que as árvores são um bem de interesse coletivo, não sendo bens de caráter pessoal, mas pertencentes a todos os habitantes da cidade. Por isso, não temos o direito de intervir de maneira depredativa em áreas arbóreas, já que tal bem é remetido à sociedade com um todo.
     De acordo com o art. 34 da Lei nº 7.159 de 31 de agosto de 1995:

ARTIGO 2º - A vegetação de porte arbóreo e demais formas de vegetação natural no município são bens de interesse comum a todos os cidadãos, e o seu manejo e conservação estão subordinados ao cumprimento do disposto na legislação federal, estadual e municipal.

Na mesma Lei, há outro artigo que diz:

ARTIGO 10º - A supressão total, parcial ou poda de qualquer árvore, somente será admitida com prévia autorização, expedida pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente ou órgão por ela indicado, através da emissão de laudo técnico, a pedido do interessado, nos seguintes casos:

I - quando o estado sanitário da árvore justificar;
II - quando a árvore, ou parte dela, apresentar risco iminente de queda;
III - quando a árvore constituir risco à segurança das edificações possibilitando o acesso de estranhos á área interna do imóvel, sem que haja solução para o problema;
IV - quando a árvore estiver causando danos comprovados ao patrimônio público ou privado, não havendo alternativas para solução;
V - quando o plantio irregular ou a propagação espontânea de espécies impossibilitar o desenvolvimento adequado de árvores vizinhas;
VI - quando se trata de espécies invasoras, tóxicas e/ou com princípios alérgicos, com propagação prejudicial comprovada.

     Para que as árvores possam viver com saúde, elas devem estar em harmonia com as calçadas, os pedestres, o asfalto, as tubulações, os alicerces, as paredes, o ônibus, os caminhões, necessitando então, de um estudo prévio de como a plantação deve ser feita, para que futuramente não seja necessário o corte dessas árvores.
     Como foi observado durante nosso levantamento bibliográfico, há diversos projetos com o fim de arborizar a cidade de Ribeirão Preto, entre eles o projeto “Vamos Arborizar Ribeirão”, desenvolvido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Ribeirão Preto; o “Projeto Centro Arbóreo” coordenado por Marcos Suavinho, chefe da Seção do Horto Municipal; o projeto “Cobertor Verde” também desenvolvido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
     O objetivo principal do nosso trabalho é investigar se esses projetos propostos estão sendo colocados em prática de maneira efetiva, se não, será que isso ocorre por falta de investimentos por parte do governo ou ausência de colaboração por parte da população?
     Outro fator a ser investigado é se os projetos almejam uma restauração ecológica, ou seja, se pretendem usar mudas de árvores nativas da região. Caso contrário, a arborização não contribuirá para o reequilíbrio do ecossistema e preservação da biodiversidade do município. Além disso, é também necessário que o plantio seja feito de maneira planejada.
     Pretendemos analisar os novos projetos que estão sendo desenvolvidos para buscar a recuperação do Banco Genético da Floresta da USP.
     Faremos também uma pesquisa de opinião em vários setores da população ribeirão-pretana, como: representantes do governo, estudantes (tanto do ensino médio como do ensino superior) e restante da população.


      Após termos identificado o problema local, tentamos entrar mais em contato com ele.
    Fizemos entrevistas com a população para saber como as pessoas pensam e a opinião delas a respeito das árvores e sua importância. 
    Fomos a Câmara Municipal de Ribeirão Preto e entrevistamos dois vereadores com a intenção de saber a opinião de representantes do poder público a respeito do problema.
    Sendo assim, com as informações obtidas, elaboramos alguns projetos de ação em Educação Ambiental para tentar amenizar o problema da falta de arborização em Ribeirão Preto.




         A cidade como parte de um ecossistema e a diminuição da arborização decorrente da urbanização

                 A cidade

            A cidade, apesar de ser constituída basicamente por áreas edificadas (casas, comércio e indústrias), por áreas destinadas à circulação da população (sistemas rodoviário e ferroviário) e também, apesar de em menor quantidade, por áreas livres de edificação (praças, jardins), pode ser considerada parte de um ecossistema.
        No entanto, o meio urbano não é sustentável assim como os ecossistemas naturais, pois há uma grande quantidade de consumo de recursos provenientes de outros sistemas, como os naturais e agrários. Por exemplo, a água e os alimentos que abastecem as cidades são provenientes de fora delas.
       A urbanização em maior ou menor escala provoca alterações no ambiente das cidades. Ocorrem alterações no microclima, na atmosfera, no relevo, no ciclo hidrológico, na fauna e na vegetação das cidades.
      A vegetação natural é quase totalmente dizimada para a edificação e construção de ruas e rodovias, e quando ocorre o replantio, muitas vezes as plantas utilizadas são exóticas e não fazem parte da antiga vegetação nativa, fazendo com que tenham pouca ou nenhuma função ecológica. 
Segundo Lima et al (1994), área verde é toda região onde há o predomínio de vegetação arbórea, englobando as praças, os jardins públicos, os parques urbanos, canteiros centrais de avenidas, trevos e rotatórias de vias públicas. Entretanto, as árvores que acompanham o leito das vias públicas, não são consideradas como tal, pois as calçadas são impermeabilizadas.
Já o conceito de arborização urbana, diz respeito a todos os elementos vegetais de porte arbóreo dentro da cidade, englobando as árvores plantadas nas calçadas. 
As áreas verdes urbanas proporcionam melhorias no ambiente excessivamente impactado das cidades e benefícios para os habitantes das mesmas.
            A função ecológica deve-se ao fato da presença da vegetação, do solo não impermeabilizado e de uma fauna mais diversificada nessas áreas, promovendo melhorias no clima da cidade e na qualidade do ar, água e solo.
A função social está intimamente relacionada com a possibilidade de lazer que essas áreas oferecem à população.
A função estética diz respeito à diversificação da paisagem construída e o embelezamento da cidade. Com relação a este aspecto deve ser ressaltada a importância da vegetação.
A função educativa está relacionada com a possibilidade imensa que essas áreas oferecem como ambiente para o desenvolvimento de atividades extraclasse e de programas de educação ambiental.
A função psicológica ocorre, quando as pessoas em contato com os elementos naturais dessas áreas, relaxam, funcionando como antiestresse. Este aspecto está relacionado com o exercício do lazer e da recreação nas áreas verdes.
A serventia das áreas verdes nas cidades está intimamente relacionada com a quantidade, a qualidade e a distribuição das mesmas dentro da malha urbana.
Da mesma forma que as áreas verdes, as árvores que acompanham o sistema viário exercem função ecológica, no sentido de melhoria do ambiente urbano e estética, no sentido de embelezamento das vias públicas, consequentemente da cidade.
Algumas contribuições significativas na melhoria da arborização urbana são:
·      Purificação do ar pela fixação de poeiras e gases tóxicos e pela reciclagem de gases através dos mecanismos fotossintéticos;
·      melhoria do microclima da cidade pela retenção de umidade do solo e do ar e pela geração de sombra, evitando que os raios solares incidam diretamente sobre as pessoas;
·      redução na velocidade do vento;
·      influência no balanço hídrico, favorecendo a infiltração da água no solo e provocando uma evapotranspiração mais lenta;
·      abriga a fauna, propiciando uma variedade maior de espécies, consequentemente influenciando positivamente para um maior equilíbrio das cadeias alimentares e diminuição de pragas e agentes vetores de doenças;
·      amortecimento de ruídos;
·      por parte da arborização que acompanha o sistema viário, tem função de corredor ecológico, interligando as áreas verdes da cidade como praças e parques.
Apesar de todas essas vantagens, muitos são os problemas causados pelo confronto de árvores inadequadas com equipamentos urbanos, como fiações elétricas, encanamentos, calhas, calçamentos, muros, postes de iluminação, etc. Esses problemas, que geralmente são ocasionados por falta de planejamento no plantio, provocam, na grande maioria das vezes, um manejo inadequado e prejudicial às árvores.
Por conta desse manejo inadequado, as árvores são podadas drasticamente e com muitos problemas fitossanitários, como cupins, brocas, outros tipos de patógenos, caules ocos e podres, galhos lascados, etc.
Além desses problemas, há também o problema da escassez de árvores ao longo das ruas e avenidas. Nesse sentido, é fundamental a necessidade de planejamento e manejo adequados voltados especificamente para a arborização das ruas. O manejo envolve etapas concomitantes de plantio, condução das mudas, podas e extrações necessárias (CDCC-USP).


Ribeirão Preto e o problema ambiental local

Ribeirão Preto surgiu em 1856, com a doação de terras de diversos fazendeiros. Porém, não apenas gente que fez doação de terras, mas também outros que muito trabalharam pela localidade são considerados fundadores de Ribeirão Preto.
            A cidade ganhou impulso com a lavoura de café, cultivada pelos imigrantes e fertilizada pela terra vermelha, e com o passar do tempo, transformou-se na região no maior produtor de grãos na virada do século XIX. Trazendo então, grande desenvolvimento para a promissora cidade. Este desenvolvimento trouxe novas culturas, como a cana-de-açúcar, a soja, o milho, o algodão, a laranja e implantou uma forte agroindústria.
            A implantação da agroindústria somada à intensa urbanização levaram a uma grande depredação da área dotada de paisagens naturais, com a consequente diminuição da biodiversidade existente na região.
            Hoje, Ribeirão Preto é terceira maior cidade do interior paulista e brasileiro, constituída por uma enorme área urbana carente de espaço de áreas verdes, pois nas últimas décadas a cidade cresceu bastante, mas o verde urbano não acompanhou esse crescimento. É uma das cidades com menor índice de área verde por habitante do Estado de São Paulo, tendo cerca de 3% de vegetação nativa remanescente, sendo que a Floresta da USP contribuía com 20% desse valor, antes do incêndio que sofreu no dia 16 de agosto de 2011.
 Este fato evidencia a necessidade do aumento da quantidade e da melhoria da qualidade do verde na região. Com o aumento da área verde, com uma maior arborização da cidade, não só aumentar-se-ia a biodiversidade vegetal, mas também, a biodiversidade animal, alimentando e abrigando pássaros e outros animais, trazendo inúmeros benefícios à população, já que propicia uma variabilidade maior de espécies, consequentemente influenciando positivamente para um maior equilíbrio das cadeias alimentares e diminuição de pragas e agentes vetores de doenças. O aumento de árvores na cidade contribuiria para uma diminuição dos impactos gerados pela urbanização. Porém, essa arborização teria que ser bem planejada levando em conta as espécies nativas da região, que fazem parte da Floresta Estacional Semidecidual, que está inserida no bioma Mata Atlântica.
            Uma das grandes características da cidade é o calor acima da média, sendo o clima típico o tropical úmido. O excessivo calor evidencia os benefícios que uma melhor arborização acarretaria para a cidade. Pois, como é apresentado no manual de arborização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Ribeirão Preto, uma árvore isolada de grande porte, se estiver em boas condições, pode transpirar até 400 litros de água em um dia, enriquecendo a umidade do ar. Estima-se que um pequeno maciço de árvores de copas frondosas pode gerar um ambiente sombreado com até 3ºC a menos de temperatura em relação ao ambiente ao redor.
Além disso, a vegetação gera menos aquecimento do ar e de objetos próximos porque reflete apenas 10 a 20% da radiação, enquanto que as superfícies artificiais podem refletir até 50% da radiação incidente. Portanto, a arborização traria uma maior retenção de poeira, maior absorção de gás carbônico e produção de oxigênio, reduzindo a poluição do ar, amenização de consequências indesejáveis da insolação direta e traria mais sombra e frescor.
Queimadas e desmatamentos são macroproblemas ambientais da região que agravam o problema da falta de arborização no município e prejudicam toda a população.
Há diversas outras razões que reforçam a ideia de expandir a área verde da cidade, como a presença de árvores em determinada área melhoram o solo por meio de suas raízes e folhas, favorecendo a infiltração de águas pluviais, diminuem a força da água da chuva que cai no solo, criam lugares agradáveis para encontros e descanso, reduzem a intensidade de ruídos, com suas variações de flores e frutos fornecem à cidade um toque de beleza, etc.
Com isso, pode-se concluir que a paisagem vegetal melhora grandemente a nossa qualidade de vida, mostrando então, o valor de projetos que visem à implantação de uma arborização consciente na cidade de Ribeirão Preto.
Cabe ressaltar que as árvores são um bem de interesse coletivo, não sendo bens de caráter pessoal, mas pertencentes a todos os habitantes da cidade. Por isso, não temos o direito de intervir de maneira depredativa em áreas arbóreas, já que tal bem é remetido à sociedade com um todo.
A floresta da USP contribui para um aumento em 20% da cobertura vegetal da área urbana do município de Ribeirão Preto e para o retorno da fauna nativa. É uma das maiores áreas verdes contínuas da cidade, com 189 hectares. Além disso, ela contribuía com diversas espécies de árvores nativas como ipê branco, ipê amarelo, jequitibá-rosa, quaresmeira, paineira, jacarandá, jenipapo e embaúba, dentre outras, muitas delas já produzindo flores e frutos.
A floresta foi desenvolvida a partir de profundas análises envolvendo conceitos de sucessão ecológica, plantio matematicamente planejado e a formação de um Banco Genético que representa uma fonte de sementes de alta qualidade genética para a propagação para outras áreas degradadas da região. Além de ter contribuído grandemente para a arborização de Ribeirão Preto, já foi tema de mais de 30 trabalhos científicos, entre trabalhos de conclusão de cursos bacharelado, mestrado, doutorado, pós-doutorado e projetos de jovem pesquisador, além de 28 trabalhos apresentados em eventos diversos e vários artigos científicos publicados. Porém, infelizmente a floresta foi alvo de um incêndio no dia 16 de agosto de 2011, que queimou cerca de 60% da área que possui 3375 árvores, trazendo prejuízos para os trabalhos de diversos estudiosos e também para a cidade de Ribeirão Preto, que perdeu parte de sua área verde.


Projetos de arborização em Ribeirão Preto

Como foi observado durante nosso levantamento bibliográfico, há diversos projetos com o fim de arborizar a cidade de Ribeirão Preto. Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, no período de setembro de 2010 a março de 2011 foram plantadas na área urbana do município de Ribeirão Preto 16530 mudas. Os projetos mais recentes são:  o projeto “Vamos Arborizar Ribeirão Preto”, desenvolvido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Ribeirão Preto e Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, que está atualmente sendo colocado em prática, segundo a secretária do meio ambiente Mariel Silvestre: “Foi um trabalho de campo de mais de dois meses. Agora criaremos um cronograma de plantio de 10 mil mudas até março de 2012”. A cartilha Vamos Arborizar Ribeirão Preto é um material de apoio às ações educativas e técnicas que visam contribuir para uma cidade com melhores índices de verde urbano e melhor qualidade ambiental na cidade; o projeto “Cobertor Verde” também desenvolvido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Esse foi um projeto de recuperação de áreas degradadas e conservação das existentes que contava com a participação popular. Além de contribuir com o meio ambiente, complementava as aulas de Educação Ambiental. Segundo o ex-diretor de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Edmur Manfrim, os projetos de arborização existentes não são executados corretamente por falta de condições técnicas e estruturais, pois as áreas verdes recompostas requerem manutenção (água, poda e eliminação de pragas). Disse também que “infelizmente, todos esses projetos estão parados na Prefeitura”.

A população

Para termos uma melhor visão sobre o que a população pensa a respeito da arborização de Ribeirão Preto, fizemos algumas perguntas para algumas pessoas que abordamos no Mercado Municipal de Ribeirão Preto (Mercadão) e no centro da cidade; e para estudantes da Universidade de São Paulo tanto do curso do curso de Ciências Biológicas e de Direito. Fizemos também algumas perguntas sobre a floresta da USP.
No Mercadão e no centro, entrevistamos 22 pessoas, das quais 54% delas disseram ter uma árvore plantada em frente à casa. Dessa mesma amostra, 73% disseram que há muitas árvores na rua em que moram. Porém, quando questionadas se o município é bem ou mal arborizado, 64% disseram que é mal arborizado. Apesar de que essa discordância possa ser causada pela pequena amostra, pode também ser causada pelo fato de que a população muitas vezes não conhece ou não se importa com  função e importância das árvores. Dependendo do ponto de vista e do interesse, seis árvores podem ser muitas ou poucas. Grande parte dos entrevistados (73%) acha que a cidade está precisando de mais árvores.
Como constatado na entrevista, duas das 22 pessoas disseram não gostar de ruas arborizadas, uma delas pelo motivo de as árvores “fazerem sujeira”. 
Foi perguntado também para as pessoas se elas saberiam dizer alguma função das árvores nas cidades. Das 22, três disseram não saber alguma função das árvores. A grande maioria citou como função um maior sombreamento, citaram também “o oxigênio” e a purificação do ar. Duas citaram a fotossíntese como importância das árvores, e outras duas citaram que as árvores embelezam as cidades.
Para a grande maioria dos entrevistados, as árvores nunca os atrapalharam no trânsito como pedestre ou motorista. Apenas quatro disseram que já foram atrapalhados pelas árvores. Dentre eles, dois citaram que isso ocorre por falta de planejamento na hora de plantá-las.
A respeito da floresta da USP, 51% dos entrevistados não a conheciam; 31% já ouviram falar da floresta, mas nunca a visitaram e 18% já a visitaram; 32% disseram saber qual é a importância da floresta da USP e também 32% tiveram conhecimento do incêndio ocorrido na floresta no dia 16 de agosto de 2011. Porém, apenas 23% declararam saber quais foram os prejuízos desse incêndio.
Na Universidade de São Paulo, entrevistamos 13 alunos de Ciências Biológicas. Dessa amostra, 61% das pessoas disseram ter árvore plantada em frente à residência; 30% alegaram que na rua em que moram há muitas árvores; 30%, que há pouca; e 40% que há uma quantidade razoável. Da mesma forma que a pesquisa anterior, a ideia de “muito” ou “pouco” pode variar.
Todos os entrevistados disseram gostar de ruas arborizadas e todos disseram que as árvores tem um papel importante na cidade. Dentre as funções das árvores citadas pelos alunos de Biologia, as mais frequentes foram: deixar o clima mais fresco, o ar mais limpo e puro, sombrear e refrescar, embelezar, diminuir poluição.
Quando questionado se a cidade é bem ou mal arborizada, 61% disseram ser mal e 39% disseram ser bem arborizada. Todos os estudantes concordaram que a cidade está precisando de mais árvores.
Para 62%, as árvores nunca atrapalharam no trânsito ou na rua. Já o restante disse que as árvores já os atrapalharam.
Todos os estudantes de Biologia entrevistados disseram já terem visitado a floresta da USP, 99% alegaram saber a importância da floresta, e todos disseram que tiveram conhecimento do incêndio e dos prejuízos desse incêndio.
Entrevistamos também 11 alunos do curso de Direito. Dentre esses, 64% disseram ter árvore plantada na calçada de casa; 72% disseram ter poucas árvores na rua em que moram e 28% disseram ter uma quantidade razoável. Nenhum deles disse que há muitas árvores na rua em que moram.
Todos os estudantes disseram que gostam de ruas arborizadas e que as árvores têm um papel importante nas cidades. As funções mais citadas foram: deixa o clima mais agradável por fazer sombra e refrescar, limpam o ar, diminuindo a poluição. Citaram que as árvores impedem a erosão do solo, diminuem a temperatura.
A respeito do que acham da arborização de Ribeirão Preto, apenas um estudante disse que a cidade é bem arborizada. É interessante comparar com os estudantes da Biologia, em que cinco disseram que a cidade é bem arborizada. Todos os estudantes concordaram que a cidade está precisando de mais árvores.
Três estudantes disseram que as árvores já os atrapalharam no trânsito.
Apenas um dos 11 alunos disse já ter visitado a floresta da USP, sete apenas ouviram falar e três não a conhecem. 63% disseram saber a importância dessa floresta, e todos tiveram conhecimento do incêndio ocorrido. Apesar de três terem dito não conhecerem a floresta, ouviram falar do incêndio que houve na USP, mesmo não sabendo especificamente o local. A respeito do incêndio, nove alegaram saber quais foram os prejuízos.
Muitas vezes, as pessoas têm consciência sobre a importância da arborização, o que falta é informação. Se essas pessoas possuíssem informações por meio da Educação Ambiental, elas poderiam contribuir ainda mais efetivamente na preservação da biodiversidade tanto no município quanto fora dele.
Há também a parcela da população, como é o caso dos estudantes, que tem acesso à informação, porém algumas vezes não desenvolve um senso crítico para avaliar essas informações e não simplesmente aceitar tudo que lhes é passado.

Propostas de ação

A partir de todo conhecimento que obtivemos ao longo do semestre, com a leitura de artigos, notícias, das aulas da disciplina de Educação Ambiental da qual fizemos parte, e termos tido um maior contato com um problema local da cidade de Ribeirão Preto, pudemos elaborar algumas ações para que os projetos que buscam amenizar tal problema pudessem ser colocados em prática.
Primeiramente, antes de qualquer projeto que visa o aumento do plantio de árvores em uma região determinada fosse colocado em prática, mostra-se indispensável fornecer à população que reside em tal área, palestras que abordassem de forma clara e dinâmica a respeito da importância das árvores na cidade e os diversos benefícios que a presença delas traria para todos os integrantes desse ambiente. Além disso, explicitar os cuidados que deveriam ser oferecidos às árvores após o plantio, e incentivar as pessoas a passarem tais conhecimentos adquiridos aos seus conhecidos com o fim de formar uma rede de cidadãos que almejem a proteção de um ambiente saudável e bem arborizado. Portanto, a Educação Ambiental é o ponto de partida para a realização dos projetos de arborização com sucesso.
Com o fim de disseminar informações importantes para a construção de um senso crítico e o desenvolvimento da noção da importância, não só das árvores na cidade, mas também, de toda a biodiversidade, propomos a utilização da tecnologia como forma de auxílio, através da elaboração de um blog no qual todas as pessoas pudessem ter acesso de forma livre e gratuita. Textos explicativos e com conteúdo interessante seriam disponibilizados, além de vídeos, músicas, poesias e dicas.  O blog deve ser divulgado diretamente para as pessoas que moram em áreas onde os projetos de arborização estão sendo colocados em prática, pois após terem obtido informações por meio das palestras oferecidas anteriormente, podem aprofundar-se no assunto e em outros assuntos acerca da preservação do meio ambiente, ao se sentirem interessadas.
Já que notamos a existência de diversos projetos que visem a melhor arborização de Ribeirão Preto, propomos a fiscalização se tais projetos estão realmente sendo colocados em prática ou se foram abandonados e deixados simplesmente no papel. Se alguns projetos não estiverem atuando de forma efetiva, buscaremos investigar a razão de terem sido deixados de lado, se é por parte de falta de investimento do governo ou por falta de interesse da população. Ao identificarmos a razão pelo qual os projetos estão parados, tentaremos propor medidas que busquem solucionar os problemas diretamente em sua origem.
Com a recomendação de tais medidas almejamos viabilizar o resgate da cobertura vegetal que através dos anos foi sendo depredada, pois com o passar do tempo a ausência das árvores evidenciou a grande importância que essas possuem. Tal importância não contribui somente às pessoas, mas a todos os componentes constituintes do ambiente urbano, ou seja, as árvores são uma peça significativa para manter o equilíbrio da cidade, sendo esta parte de um ecossistema que não deve ser constituído somente de áreas edificadas.


Referências bibliográficas

Centro de Divulgação Científica e Cultural, USP, São Carlos. Biologia e Educação Ambiental. Disponível em: < http://www.cdcc.usp.br/bio/material.htm> (Acesso: 19/11/11)

Vamos arborizar Ribeirão Preto / Perci Guzzo, Regina Maria Alves Carneiro (orgs.). - Ribeirão Preto: Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 2008. 40p.


Sendo a Educação Ambiental uma área interdisciplinar, selecionamos algumas músicas, poesias e documentários, mostrando ser possível relacionar a Educação Ambiental com outras áreas do conhecimento, incluindo as artes.        
      Além disso, tanto a música quanto a poesia são foras de se expressar os sentimentos, sendo possível, por meio dessas, mostrar indignação, retratar situações que ocorrem na sociedade e evidenciar problemas.                 

                                
Matança
Xangai

Cipó caboclo tá subindo na virola
Chegou a hora do pinheiro balançar
Sentir o cheiro do mato da imburana
Descansar morrer de sono na sombra da barriguda
De nada vale tanto esforço do meu canto
Pra nosso espanto tanta mata haja vão matar
Tal mata Atlântica e a próxima Amazônica
Arvoredos seculares impossível replantar
Que triste sina teve cedro nosso primo
Desde de menino que eu nem gosto de falar
Depois de tanto sofrimento seu destino
Virou tamborete mesa cadeira balcão de bar
Quem por acaso ouviu falar da sucupira
Parece até mentira que o jacarandá
Antes de virar poltrona porta armário
Mora no dicionário vida eterna milenar
Quem hoje é vivo corre perigo
E os inimigos do verde da sombra, o ar
Que se respira e a clorofila
Das matas virgens destruídas vão lembrar
Que quando chegar a hora
É certo que não demora
Não chame Nossa Senhora
Só quem pode nos salvar é
Caviúna, cerejeira, baraúna
Imbuia, pau-d'arco, solva
Juazeiro e jatobá
Gonçalo-alves, paraíba, itaúba
Louro, ipê, paracaúba
Peroba, massaranduba
Carvalho, mogno, canela, imbuzeiro
Catuaba, janaúba, aroeira, araribá
Pau-fero, anjico amargoso, gameleira
Andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá



Passaredo
Chico Buarque

Ei, pintassilgo
Oi, pintaroxo
Melro, uirapuru
Ai, chega-e-vira
Engole-vento
Saíra, inhambu
Foge asa-branca
Vai, patativa
Tordo, tuju, tuim
Xô, tié-sangue
Xô, tié-fogo
Xô, rouxinol sem fim
Some, coleiro
Anda, trigueiro
Te esconde colibri
Voa, macuco
Voa, viúva
Utiariti
Bico calado
Toma cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí
Ei, quero-quero
Oi, tico-tico
Anum, pardal, chapim
Xô, cotovia
Xô, ave-fria
Xô, pescador-martim
Some, rolinha
Anda, andorinha
Te esconde, bem-te-vi
Voa, bicudo
Voa, sanhaço
Vai, juriti
Bico calado
Muito cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí



Rouxinol
Milton Nascimento

Rouxinol tomou conta
Do meu viver
Chegou quando procurei
Razão pra poder seguir
Quando a música ia
E quase eu fiquei
Quando a vida chorava
Mais que eu gritei
Pássaro
Deu a volta ao mundo
E brincava
Rouxinol me ensinou
Que é só não temer
Cantou
Se hospedou em mim
(2x)
Todos os pássaros
Anjos dentro de nós
Uma harmonia trazida
Dos rouxinóis



A Cidade
Nação Zumbi

O sol nasce e ilumina as pedras evoluídas
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas
Não importa se são ruins, nem importa se são boas
E a cidade se apresenta centro das ambições
Para mendigos ou ricos e outras armações
Coletivos, automóveis, motos e metrôs
Trabalhadores, patrões, policiais, camelôs
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade se encontra prostituída
Por aqueles que a usaram em busca de saída
Ilusora de pessoas de outros lugares
A cidade e sua fama vai além dos mares
No meio da esperteza internacional
A cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu
Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu
Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tu
Pra a gente sair da lama e enfrentar os urubu
Num dia de sol Recife acordou
Com a mesma fedentina do dia anterior
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce



Absurdo
Vanessa da Mata

Havia tanto pra lhe contar
A natureza
Mudava a forma o estado e o lugar
Era absurdo
Havia tanto pra lhe mostrar
Era tão belo
Mas olhe agora o estrago em que está
Tapetes fartos de folhas e flores
O chão do mundo se varre aqui
Essa idéia do natural ser sujo
Do inorgânico não se faz
Destruição é reflexo do humano
Se a ambição desumana o Ser
Essa imagem infértil do deserto
Nunca pensei que chegasse aqui
Auto-destrutivos,
Falsas vitimas nocivas?
Havia tanto pra aproveitar
Sem poderio
Tantas histórias, tantos sabores
Capins dourados
Havia tanto pra respirar
Era tão fino
Naqueles rios a gente banhava
Desmatam tudo e reclamam do tempo
Que ironia conflitante ser
Desequilíbrio que alimenta as pragas
Alterado grão, alterado pão
Sujamos rios, dependemos das águas
Tanto faz os meios violentos
Luxúria é ética do perverso vivo
Morto por dinheiro
Cores, tantas cores
Tais belezas
Foram-se
Versos e estrelas
Tantas fadas que eu não vi
Falsos bens, progresso?
Com a mãe, ingratidão
Deram o galinheiro
Pra raposa vigiar


Mergulha e voa
Móveis Coloniais de Acaju
Do mar
Vem estrela confiante
Traz no ventre a sorte grande
O primeiro de um milhar
Moça
Cava o ninho, cria a chance
De nascer mil miudinho
Mas apenas um gigante
Voa!
Faz do mar um céu
Recorta o azul
Que a água te abençoa
Te navega leve ao sul
Brilha
Sol esquenta a areia branca
Faz menina essa criança
Ilumina o seu trilhar

Vem cá
Brisa mansa, o mar te chama
Faz do ninho uma lembrança
Sai da terra, sente o ar
Nadadeira empurra a areia
Corre que a maré cheia
Vem pra te abraçar
Tartaruga linda
Bem vinda, molha a vida
Dá água ao seu lar
Voa!
Faz do mar um céu
Recorta o azul
Que a água te abençoa
Te navega leve ao sul
Voa, Voa, Voa, Voa



Queremos saber
Cassia Eller

Queremos saber,
O que vão fazer
Com as novas invenções
Queremos notícia mais séria
Sobre a descoberta da antimatéria
e suas implicações
Na emancipação do homem
Das grandes populações
Homens pobres das cidades
Das estepes dos sertões
Queremos saber,
Quando vamos ter
Raio laser mais barato
Queremos, de fato, um relato
Retrato mais sério do mistério da luz
Luz do disco voador
Pra iluminação do homem
Tão carente, sofredor
Tão perdido na distância
Da morada do senhor
Queremos saber,
Queremos viver
Confiantes no futuro
Por isso se faz necessário prever
Qual o itinerário da ilusão
A ilusão do poder
Pois se foi permitido ao homem
Tantas coisas conhecer
É melhor que todos saibam
O que pode acontecer
Queremos saber, queremos saber
Queremos saber, todos queremos saber


Para mostrar do que o homem é capaz quando é movido pela ambição, e como ele pode interferir de maneira cruel e depredatória na natureza, sugerimos o documentário abaixo:


(EUA, 2009, 92 min. - Direção: Louie Psihoyos)

Link para baixar: http://docverdade.blogspot.com/2010/07/cova-cove-2009.html


(União Européia, 2009, 93 min. - Direção: Yann Arthus-Bertrand)


(Grã-Bretanha, 2002 - Direção:Adam Curtis)
   Após termos preparado uma apresentação para melhor desenvolvimento da noção do que o problema local escolhido por nós engloba e as nossas propostas de ação, apresentamos o seminário para a turma juntamente dos outros grupos que também expuseram problemas ambientais significativos que assolam a cidade de Ribeirão Preto.
     Ao final de todas as apresentações, discutimos a respeito da grandiosidade dos problemas e como eles não estão firmados em um só fator, mas envolvem diversos setores da sociedade, sendo falhas educacionais, sociais, políticas e técnicas. 
     Deparando-nos com tal complexidade, acabamos por nos sentir pequenos em relação ao gigantismo dos problemas, por estamos tateando as falhas que são apenas a ponta de todo um desenho firmemente traçado, levando-nos a sentir as nossas mãos algemadas por o problema todo parecer inatingível e de impossível solução. Mas paralelamente a esse embate, o inconformismo e a vontade de fazer algo e não sermos coniventes com essa realidade problemática ainda se mostrava mais forte.
    Um dia estávamos buscando algumas poesias e encontramos uma que nos levou a refletir mais a respeito dessa situação:



ÍTACA 

Se partires um dia rumo a Ítaca, 
faz votos de que o caminho seja longo, 
repleto de aventuras, repleto de saber. 
Nem Lestrigões nem os Ciclopes 
nem o colérico Posídon te intimidem; 
eles no teu caminho jamais encontrará 
se altivo for teu pensamento, se sutil 
emoção teu corpo e teu espírito tocar. 
Nem Lestrigões nem os Ciclopes 
nem o bravio Posídon hás de ver, 
se tu mesmo não os levares dentro da alma, 
se tua alma não os puser diante de ti.
Faz votos de que o caminho seja longo. 
Numerosas serão as manhãs de verão 
nas quais, com que prazer, com que alegria, 
tu hás de entrar pela primeira vez um porto 
para correr as lojas dos fenícios 
e belas mercancias adquirir: 
madrepérolas, corais, âmbares, ébanos, 
e perfumes sensuais de toda a espécie, 
quanto houver de aromas deleitosos. 
A muitas cidades do Egito peregrina 
para aprender, para aprender dos doutos.
Tem todo o tempo Ítaca na mente. 
Estás predestinado a ali chegar. 
Mas não apresses a viagem nunca. 
Melhor muitos anos levares de jornada 
e fundeares na ilha velho enfim, 
rico de quanto ganhaste no caminho, 
sem esperar riquezas que Ítaca te desse. 
Uma bela viagem deu-te Ítaca. 
Sem ela não te ponhas a caminho. 
Mais do que isso não lhe cumpre dar-te.
Ítaca não te iludiu, se a achas pobre. 
Tu te tornaste sábio, um homem de experiência, 
e agora sabes o que significam Ítacas.

Konstantinos Kaváfis



     Ítaca faz parte das ilhas gregas na região do mar Jônio e era conhecida por ser uma área de difícil localização que muitos almejavam alcançar, e até hoje não se sabe ao certo aonde ela era realmente localizada.
      Como a tão almejada Ítaca são alguns desses problemas que parecem inatingíveis, mas como Kavafis disse, "Faz votos de que o caminho seja longo..." pois ao termos focalizado um problema e mantivermos a nossa mente em alcançá-lo, durante o longo caminho conheceremos muito, aprenderemos diversas lições, solucionaremos problemas menores envolvidos no processo, ajudaremos muitas pessoas e presaremos pela natureza. E se algum dia chegarmos a alcançar o nosso foco principal (por que não?) pode ser que não seja tão majestoso como imaginávamos, pois o que mudou não foi o alvo, mas sim nós mesmos ao termos nos tornado mais sábios no processo.
     Porém, se não conseguirmos chegar onde queríamos, tudo foi válido pois muitas vezes o que importa não é chegar mas sim o caminho percorrido.
       

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