Resíduos

O tema gerador “Resíduos”, escolhido e tratado durante o segundo semestre de 2011, teve o seu estudo dividido em três etapas, todas relacionadas aos problemas ambientais gerados pelos resíduos. Todas estas etapas, que serão descritas a seguir, juntamente com reflexões e outros materiais produzidos e utilizados pelo grupo, deram origem a um portfólio, disponível no LEB da FFCLRP, na USP-RP.  
                                        


Educação Ambiental
Tema gerador: Resíduos

            1)  Primeiramente através de leituras e estudos buscamos desenvolver o tema analisando o processo histórico em que esse tema ambiental esta inserido, para isso  estabelecemos um paralelo entre o pré e o pós Revolução Industrial; como a forma de vida da sociedade influencia quando pensamos em resíduos tanto na sua produção(se pensamos desde a revolução industrial até a hoje essa quantidade aumentou de forma insustentável pelo planeta), como no agravamento do fim que se deve dar a essa “problema” que parece não ter solução viável. E para relacionar o tema gerador com os aspectos biológicos (biologia) buscamos exemplos nas consequências que o descarte e o manuseio incorretos dessas matérias pode trazer.
Desenvolvemos assim uma apresentação de slides e o seguinte texto:


De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Sebrae Nacional, “resíduos são todas as partes que sobram de processos derivados das atividades humanas e animal e de processos produtivos como a matéria orgânica, o lixo doméstico, os efluentes industriais e os gases liberados em processos industriais ou por motores.”.
Em uma analise histórica, percebe-se que os resíduos produzidos antes da Revolução industrial eram basicamente de matéria orgânica, excrementos e restos de alimentos, pois a alimentação da população se dava por meios agrícolas e pecuários, alem do numero significativamente menor de habitantes.
Após o período da Revolução Industrial, houve um crescimento da produção industrial, aumento significativo da população, processo esse que teve um incremento após a Segunda Guerra Mundial, houve então o engrandecimento da quantidade de lixo e diversificação na sua composição. Nesse contexto histórico o mundo passou por inúmeras revoluções técnicas - cientifica além da dispersão de empresas multinacionais lançando, a partir daí, produtos e atrativos para os consumidores visando o consumo em massa, enraizado na sociedade capitalista de hoje. Com o objetivo de se obter lucros os produtores colocam um arsenal de novidades no mercado, diminuindo cada vez mais a durabilidade dos produtos.
Todos os materiais produzidos requerem a utilização de recursos da natureza. A crescente produção de resíduos e a má destinação do mesmo fizeram com que muitas cidades enfrentem a falta de espaço para o lixo, enfrentando assim níveis de higiene e contaminação absurdos.
Todo produto possui uma cadeia produtiva que também libera resíduos, como produtos para lavagem do material, gases liberados no aquecimento e restos de produtos danificados. Sabe-se que o plástico é um resíduo altamente prejudicial ao meio ambiente, devido a sua lenta decomposição, no entanto se olharmos para o seu material de origem, o petróleo, que contem muita importância na economia de muitos países este quando mal manuseado ou livre na natureza se torna um resíduo de extremo impacto sócio-ambiental.
E são em acidentes como o que ocorreu no mar do golfo do México que podemos ver como esse material de extrema importância para a sociedade atual pode ser prejudicial para a fauna e a flora por desestabilizar todo o ecossistema além de trazer danos e prejuízos para trabalhadores e comunidade local. Assim podemos utilizar esse acidente ambiental para refletir como o homem pode interferir de maneira agressiva no meio ambiente.
Nesse acidente onde o equivalente a 4 milhões de barris de petróleo (+/- 160 litros = 1 barril) foram derramados no mar os danos foram imensos em termos de ambiente e também e termos sociais. Vários animais foram atingidos pelo derramamento e não somente os marinhos, mas os que dependem do mar também. Um exemplo seria as aves que se alimentam de peixes, ao mergulharem na água em busca de alimento elas ficavam com as asas impregnadas de óleo o que as impossibilitava de voar para longe desse lugar, algumas foram resgatadas pela equipe de limpeza ou outras pessoas, mas outras morreram afogadas sem conseguirem sair da água. Os peixes que conseguiam nadar mais fundo aonde o petróleo superficial não chegava podem ter conseguido escapar, porém os peixes que precisam subir até a superfície para respirar ou buscar alimento não resistiram, isso em pouco tempo depois do acidente, em um período maior após o acidente a taxa de oxigênio no ambiente ficou prejudicada e causou a morte de algas e animais (fitoplâncton e zooplâncton) que são a base da cadeia alimentar marinha. Isso citando alguns exemplos, pois os danos no ambiente marinho foram bem maiores, pois desestabilizou todo um ecossistema cheio de relações de interdependência entre espécies e o meio.
Além dos problemas ambientais também existem os problemas sociais: as comunidades de pescadores que dependiam desse ambiente marinho para sua sobrevivência; os trabalhadores da plataforma de petróleo que agora estão desempregados; a população que dependia do turismo nessa região não podem mais receber turistas, pois o óleo chegou até as praias da região levado pela correnteza, e também porque a fauna e flora marinha que eram atrativos esta arrasada e prejudicada.
Mas ao falarmos de petróleo não podemos pensar somente no produto em si, mas em toda sua cadeia produtiva, que é responsável por vários produtos dos quais a sociedade depende como a gasolina, o óleo diesel, GLP (gás liquefeito de petróleo) e principalmente o plástico que atualmente anda muito falado na mídia devido à polêmica das sacolinhas plásticas biodegradáveis. Porém será que proibir as sacolas plásticas é resolver o problema ou apenas fingir que ele foi resolvido?
Vale pensarmos que a sacola plástica não é o único problema ambiental que temos e talvez resolver o problema das sacolas plásticas não ira resolve-lo (não que isso não deva ser feito) bem maior e mais complexo como é o da produção e destinação dos resíduos dentre outros. Assim é necessário um olhar crítico sobre as medidas tomadas para proteger o ambiente e não apenas economizar água e separar o lixo.
Dessa forma os resíduos se mostram prejudiciais de varias maneiras, um exemplo encontrado em nossa cidade (Ribeirão Preto) é o caso do Rio Pardo, onde dezenas de peixes morreram no mês de setembro devido ao baixo nível de oxigênio na água causado pelo despejo de poluentes no rio, isso levou também a perda de empregos da população local. Já em âmbito mundial o acidente nuclear ocorrido no Japão no início do ano, que além de desabituação da população local vai levar uma perda de do ecossistema de uma grande região ao redor da Usina de Fukushima devido aos níveis de radiação.   


Slides: 

  http://www.slideshare.net/LayaraMalvestio/tema-gerador-residuos
(para melhor visualização faça o Download)

Resíduos e problemas ambientais local:
2)Na segunda etapa fomos em busca de um problema sócio-ambiental causado pelos resíduos na região de Ribeirão Preto. Após muitas pesquisas e discussões encontramos um conflito que vem ocorrendo em Ribeirão há 13 anos e é descrito abaixo:

Onde hoje é a cidade de ribeirão preto antes existiam apenas algumas poucas casas, próximas aos Córregos do Retiro e Ribeirão Preto. Em uma clareira aberta pelos bandeirantes instalaram-se os mineiros que saíam de suas terras já esgotadas para a mineração, e tendo começado a se dedicar ao gado, vinham procurando por pastagens nessa região.   
         A cidade de Ribeirão Preto foi fundada em 19 de junho de 1856, a partir de núcleos fazendeiros de criação de gado. Segundo consta em registro, o primeiro dono e doador de terras foi José Mateus dos Reis, dono da maior parte da Fazenda das Palmeiras, fez a primeira doação de terras no valor de 40 mil reis, "com a condição de no terreno ser levantada uma capela em louvor a São Sebastião das Palmeiras”, que deu origem a ribeirão.
As fazendas e pastagens alem da fertilidade da terra - chamada “rossa” pelos italianos, e roxa para a população local - e a disponibilidade de local para plantação e água impusionou os fluminenses vindos do Vale do Paraíba em crise e produtores de café para essa região. Foi à vinda da lavoura de café que permitiu o desenvolvimento rápido da cultura cafeeira e trouxe a riqueza e o progresso, e incentivou a chegada das chamadas "ferrovias do café". Em 1.883 vieram os trilhos da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, provocando um grande desenvolvimento para a região, que se transformou na maior produtora mundial de café.
A antiga clareira, banhada por dois córregos, logo se transformou em uma importante cidade, ligada ao país por ferrovias, telefonia e rodovias. Com a crise de 1929 o café entrou em decadência. Mas o desenvolvimento trouxe novas culturas, como a cana-de-açúcar, a soja, o milho, o algodão, a laranja e implantou uma forte agroindústria e também a tornou um importante centro econômico, comercial e de referencia em saúde devido a USP.
Em 2010, a população do município foi contada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 604 682 habitantes, sendo o oitavo mais populoso do estado e apresentando uma densidade populacional de 930,42 habitantes por km². O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Ribeirão Preto, considerado elevado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é de 0,855, sendo o sexto maior de todo estado de São Paulo. Considerando apenas a educação o índice é de 0,918 (muito elevado), enquanto o do Brasil é 0,849; o índice da longevidade é de 0,823 (o brasileiro é 0,638); e o de renda é de 0,823 (o do país é 0,723). A renda per capita é de 24 898,11 reais.
Ribeirão Preto é considerada uma cidade com um calor acima da média, tendo inclusive mantido o título de cidade mais quente do estado em algumas épocas do ano. O clima típico do município é o tropical úmido, caracterizado por duas estações definidas pelo verão chuvoso e pelo inverno muito seco. Possui uma extensa rede hidrografia que tem como principais o rio pardo, corrego retiro saldoso, e o corrego Ribeirão Preto (que dá nome à cidade). Localizada sobre o aquifero guarani e onde ele aflora tendo otima qualidade de agua, e além de possuir áreas de recarga do aquifero sendo necessario cuidado maior para a implantação de obras e principalmente de lixões e aterros. (Prefeitura de ribeirão Preto)

O conflito estudado é o destino dos resíduos sólidos em Ribeirão Preto, mais especificamente o caso do antigo Lixão Juliana.
  
Caracterização do conflito:
Desde a década de 20, Ribeirão Preto já teve dez lixões. O único que foi transformado em aterro sanitário, com controle ambiental e fiscalização do governo, é o aterro atual, na Rodovia Mário Donegá, na saída para Dumont. Na década de 20, o lixão de Ribeirão Preto ficava na região onde hoje está a chamada Baixada, próximo ao Mercado Municipal. Nos anos 40, o lixão se transferiu para a área da Praça Amin Calil, que na época era desabitada. Na década de 50, duas áreas foram usadas como lixões: os barrancos próximos às Sete Capelas e à
Santa Terezinha. Já na década de 60, havia deposição de lixo no Monte Alegre, no Alto do Ipiranga e no atual Jardim Marchesi. Entre os anos de 1974 e 1978, parte da área em estudo foi destinada à deposição de resíduos sólidos urbanos do município de Ribeirão Preto,
Compreendendo hoje, parte dos lotes pertencentes aos Conjuntos Habitacionais Jardim Juliana A e Jardim das Palmeiras II. (TESE). Posteriormente, entre 1978 e 1989, o lixo foi depositado na rodovia Abrão Assed, entre Ribeirão Preto e Serrana, em uma área recarga do Aqüífero Guarani, considerado o maior já encontrado. A área é cercada e monitorada por órgãos ambientais a fim de se evitar contaminação ambiental.
 O antigo “Lixão Juliana” situava-se na zona urbana do município de Ribeirão Preto, ao lado direito da Rodovia Anhanguera, sentido Norte, no setor Leste da cidade.
O conflito local estudado acontece no bairro Jardim Juliana e Palmeiras II. Nesses bairros, onde entre os anos de 1974-1978 era local de destino de resíduos sólidos da cidade, foi construído um conjunto habitacional feito pela (COHAB – Companhia Habitacional) e que apesar de possuir laudos técnicos e estudos da área os órgãos ambientais permitiram a construção. Esse lixão foi utilizado durante 13 anos (desativado em novembro de 1991), e para que a matéria orgânica se decompusesse e o solo estabilizasse, foram colocadas camadas de terra para compactar o solo e evitar o aparecimento de roedores. 
Jd Juliana e Jd das Plameiras I




Porém em julho de 1998 a Promotoria de Justiça recebeu denuncias de que as unidades habitacionais do Jardim Juliana A e Palmeiras II estavam tendo problemas de estrutura, que posteriormente foram associados ao antigo lixão.
                              .

A Carta- resposta da COHAB ao Requerimento nº. 15.494 da Câmara Municipal, de 21 de novembro de 1991, que “solicita informações sobre a compra da área e construção de casas populares do Conjunto Jardim Juliana A e Jardim das Palmeiras II”, caracterizou o local: “possui lençol freático profundo (40 m), terreno adequado à cobertura do aterro e topografia ideal à recuperação futura; o lixo é recente; [...]. Por conseguinte, conforme o conteúdo dessa Carta-resposta, nenhuma anormalidade existe, ou existiu no que se refere à contaminação da área considerada, pelo “Antigo Lixão”.” E apesar da inexistência de fundamentos técnicos, em 20 de julho de 1993, a COHAB, obteve o certificado de aprovação do projeto.
          Como já foi dito, após denuncias, em 1998 a Promotoria de Justiça instalou um inquérito civil e realização da pericia por profissionais do CAEX- Centro de Apoio a Execução, do Ministério Público do Estado, que chegou as seguintes conclusões:
-        As telhas utilizadas eram de má qualidade;
-        As paredes apresentavam trincas provenientes de recalques e ma impermeabilização;
-        O revestimento está se decompondo;
-        As paredes não têm cinta de amarração;
-        Todas as irregularidades revelam violações no memorial descritivo da obra. (modificado de Bervique J. M.)

          Concluiu-se que as unidades habitacionais, além de terem sido construídas com material de pior qualidade, apresentavam problemas decorrentes do solo defeituoso. E apesar dos esforços da Promotoria os moradores continuaram experimentando danos morais e materiais.
          Em 2003 o Laudo Pericial da Promotoria de Justiça descreve: os efeitos da redução do volume do lixo aterrado, ao longo do tempo de digestão do mesmo, gerando chorume e gases, e provocando afundamento da camada do solo que recobre o lixo, condenando as moradias à falência estrutural; os efeitos da decomposição do lixo. Relata também os tipos de contaminantes produzidos, como os materiais pesados contidos no chorume, as substâncias organoquímicas, os elementos radioativos, os fertilizantes, os pesticidas e os micro-organismos (vírus e bactérias); acentua que dentre os inorgânicos o mais problemático e nocivo à saúde é o nitrato, devido à sua mobilidade e estabilidade nos sistemas aeróbicos de águas subterrâneas, e o que mais incomoda é o gás sulfídrico, devido ao cheiro de ovo podre. (modificado de Bervique J. M.)
         Considerando que a construção dos dois conjuntos habitacionais sobre um “Lixão” que não dispõe de sistemas de drenagem de gases e chorume, faz com que os mesmos se distribuam aleatoriamente no solo; e seus efeitos nocivos atingem não só pessoas, mas, também, o meio ambiente circundante, principalmente, o Aqüífero Guarani. (Laudo pericial da Promotoria de Justiça apud Bervique.) E contaminação dos moradores pela ingestão e inalação da poeira do solo, que pode conter ingredientes nocivos à saúde humana e animal, listadas a seguir, através de três descritores:
                          

Gases nocivos à saúde

Substância
Efeito
Forma de contaminação
arsênico
cancerígeno
ingestão
benzopireno
cancerígeno
ingestão/inalação
chumbo
vários
inalação
cádmio e cromo
vários
inalação
DDT e HCB
cancerígenos
ingestão
HCH
vários
ingestão
níquel
vários
inalação
mercurio…
vários
ingestão
                                      Dados: Promotoria da Justiça apud Bervique.

    

Utilizando faixas e cartazes de protesto, os moradores do Jardim Juliana A e do Jardim das Palmeiras II fizeram no dia 19 de novembro de 2001, o primeiro ato de protesto em frente à casa do Prefeito da época, Antonio Palloci Filho. Mesmo com trenzinho cheio de crianças e um carro de som os manifestantes não obtiveram resposta alguma. ( Jornal Verdade apud Bervique)
          Sete moradores foram notificados em 18 de Dezembro de 2001, que suas casas seriam demolidas, decisão tomada pelo Ministério Público, baseado num relatório da COHAB, sobre a presença de gás metano no subsolo. Em 25 de abril de 2002, foi determinado que todas as crianças residentes nessas regiões deveriam deixar o local ate 6 de maio ( Folha de S. Paulo e A Cidade).
          Em junho de 2004 uma casa comprometida desabou sobre uma criança de nove anos, o que levou a retomada das queixas pelos moradores, devido ao crescimento do risco, sendo assim, algumas famílias foram removidas. No entanto, apesar da promessa de remoção para casas equivalentes alguns moradores foram alojados em imóveis de semelhante qualidade, dimensões inferiores além de perda monetária Segundo o Relatório do Inquérito Civil nº. 098/98 (Promotoria de Justiça, p. 5).
         Em 2005 o Ministério Público agiu em auxilio dos moradores e lança o Laudo de 2003 já citado alegando ser a área atingida superior a 360 mil metros e correndo risco de explosão e contaminação. Apesar disso, apenas 70 casas foram demolidas em 2007 e os que permaneceram enfrentam problemas com roedores e insetos e riscos de vida até o ano atual, 2011.
Nesse conflito o problema em questão envolve interesses de diferentes partes como, por exemplo, os interesses da população local, da COHAB, da prefeitura, entre outras entidades e órgãos envolvidos na questão. Pode-se dizer que existe nesse caso a apropriação e o uso inadequado de recursos ambientais por parte do governo: ao não zelar pela preservação do solo e água e também ao não zelar pelo bem estar e saúde da população já que permitiu a instalação do bairro que traz problemas para a população.
       Outro fator é a demora na atuação da prefeitura, pois hoje o equivalente a 600 famílias ainda residem nessa região e a situação se agrava. Moradores afirmam que um odor semelhante ao gás sulfídrico tem se intensificado, de acordo com reportagem do site Folha.com do dia 15 de outubro de 2011, a reclamação é unanime: o cheiro vem dos ralos, vasos sanitários e bidês, além da estrutura das casas comprometidas. Moradores relataram a Folha que estão com medo de continuar morando no local, principalmente depois dos problemas constatados do shopping Center Norte da capital. O ambientalista Paulo Finotti, explica que o gás sulfídrico ataca diretamente o cérebro e que o gás metano, também presente, é altamente inflamável.
     A dona de casa Irani Cleusa de Oliveira, 50, afirmou que o cheiro é mais forte durante a noite e que deseja se mudar o mais rápido possível. "Tenho três filhos que moram comigo e há dias não consigo dormir direito, de preocupação." A possibilidade de desabamento também assusta devido à existência de bolsões de gases que descompactam o solo gerando problemas estruturais nas casas como a da aposentada Irma Oliveira, 59, a parede entre o banheiro e a cozinha cedeu. A pia do banheiro é apoiada por um pedaço de madeira e há trincas espalhadas por toda parte. E diz “Já gastei muito dinheiro só com reforma. Não quero mais ficar aqui".
      Apesar dos riscos já indicados por pesquisadores, apenas 222 casas foram demolidas em 2011 por estarem condenadas e o diretor presidente da COHAB, Silvio Martins alega que o restante só será mexido com ordem judicial afirmando estar amparado com o laudo produzido no ano de 2010 que aponta a inexistência de problemas nos bairros.
      Em junho de 2011 a Folha divulgou que: a última audiência pública realizada sobre o caso dos lixões desativados de Ribeirão Preto ocorreu no dia 23 de maio de 2011. Nela, representantes da prefeitura concordaram com a necessidade de ações de remediação e monitoramento dos lixões e auxiliaram na proposta do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) feito pela Promotoria. Segundo ela, as ações são importantes para garantir a pureza da água consumida pelos ribeirão-pretanos. Todo o abastecimento da cidade é feito por meio de poços que retiram água do Aquífero Guarani e o objetivo é descartar a contaminação pelos lixões.
O Ministério Público exigiu a apresentação do plano de recuperação e monitoramento dos quatro lixões desativados de Ribeirão Preto, a Prefeitura informou que só entregaria o documento após aprovação da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de SP). O Promotor do Meio Ambiente, Marcelo Pedroso Goulart disse que ajuizaria a ação se o protocolo não fosse entregue ate a data do dia 07 de junho de 2011. Nenhuma outra publicação foi encontrada informando se a prefeitura entregou o protocolo na data estipulada. (Folha.com, 2011)


Proposta de Ação:

3) No terceiro momento deixamos de nos basear em trabalhos  e fontes secundárias  e fomos em busca de informações, dados, através de conversas com a população local, pesquisas em noticias atuais tudo com o objetivo de desenvolver uma proposta de ação viável para  tentar trazer não uma solução, mas uma  proposta viável para amenizar o problema.

Com essas buscas desenvolvemos uma apresentação de slides e o seguinte texto, com a proposta de ação desenvolvida:


No dia 14/11/2011 fomos ao bairro Jd. Juliana e Palmeiras II. Nessa visita buscávamos coletar dados e informações, para isso conversamos com alguns moradores que nos relataram: como era o local há 18 anos quando o bairro foi construído; quais os problemas que as casas apresentaram durante o período em que eles moraram no local - como rachaduras, vazamento de esgoto, além de mau cheiro e problemas de saúde - também conseguimos informações (não oficiais) de quais foram os critérios utilizados pela COHAB para a seleção das famílias que foram removidas: os moradores removidos receberam um valor em dinheiro proporcional ao que tinham gasto na casa até o momento e o que tinham pagado pelo imóvel; porém algumas famílias conseguiram valores que possibilitaram a compra de uma nova casa e outras não conseguiram receber o valor necessário para a aquisição de uma nova casa (segundo relato dos moradores), o que pode ser visto como um tratamento desigual a todas as famílias, já que muitas ali não possuem condições de ter uma casa própria sem ajuda de programas habitacionais. Entretanto não conseguimos conversar com os órgãos responsáveis para confirmar essa informação.
Nesse dia também foi possível ver o descaso com que os órgãos públicos trataram e ainda tratam o problema, já que a maioria dos problemas inicias ainda persistem e algumas casas com sérios problemas de rachaduras não foram demolidas e as famílias não receberam indenizações. Além disso, a população não está organizada em torno de uma associação de bairro ou ONG o que enfraquece a luta da população por seus direitos, pois ela é individual e não coletiva; talvez se houvesse uma organização e uma tentativa coletiva de organização a pressão feita para que o poder público e os órgãos responsáveis dessem uma solução ao problema, seria maior.
Porém o que nos deixou mais confusas e decepcionadas foi ver que um problema que existe há vários anos não ter sido solucionado por um órgão competente


Cano de Liberação de gás 
Casas removidas

Rachaduras em uma casa

Proposta de ação:
Em um primeiro momento antes de visitarmos o bairro (local do problema) nossa proposta de ação seria planejar ações que auxiliassem e incentivassem a população a ir em busca de seus direitos e lutasse para que o poder público e os órgãos responsáveis tomassem alguma atitude, além de tentar fazer com que a mídia fosse ao local para divulgar o problema e tentar levar informação para a população de Ribeirão Preto. Porém no dia 14/11/2011 nós fomos ao local a fim de constatar os problemas reais e conversar com alguns moradores.
Descobrimos assim que a situação era mais complicada do que havíamos imaginado e que a população já estava “cansada” de dar entrevistas e receber e recorrer à mídia e de nada ter adiantado, além disso, eles enfrentam esse problema há 18 anos e muitas famílias ainda não tiveram o problema resolvido de forma concreta. Sendo assim decidimos mudar nossa ação para algo mais concreto e mais palpável para a população.

Nova proposta de ação:
   Nossa ação tem como objetivos:
·         Levar o conhecimento biológico com relação ao que realmente é o problema principalmente para a população do bairro e a que vive próxima, mostrando quais os problemas causados por um lixão: produção de gás metano e de chorume que pode contaminar o lençol freático e comprometer a água utilizada por toda a cidade; local propicio a proliferação de animais como roedores, urubus e baratas.

·         Sensibilizar as pessoas que vivem no entorno de que os risco são para a saúde não só para quem tem as casas sobre o lixão, como por exemplo, a emissão do gás metano no ar sem queima ou tratamento que pode causar problemas pulmonares e de saúde.

·         Informar a população de Ribeirão sobre o risco que as famílias desse bairro correm, e também de que o risco é para a cidade inteira já que todos utilizam água de um lençol freático e se ela for contaminada afetara a cidade toda. Além de mostrar que os problemas da contaminação não são exclusivos desse lixão, mas sim de todos ou da maioria já que normalmente esses locais não possuem proteção para evitar infiltração do chorume.

Passos para a ação:

1.      Faríamos um estudo aprofundado (1º) * sobre os problemas do local com todas as implicações sócias e biológicas a fim de formar um banco de dados sobre essa situação, para que depois pudéssemos passar esse conhecimento de forma simplificada (2º) * para a população local, por meio de palestras, materiais explicativos (cartazes, panfletos, cartilhas...) e atividades escolares.
2.      Buscar informações relacionadas à qualidade da água de Ribeirão (3º) * e com essas informações passar isso para a população através de programas de mídia de massa (4º) * na tentativa de sensibilizar, também seriam confeccionados matérias explicativos, e mostrar que algumas medidas podem ser tomadas para minimizar o problema grande quantidade de lixo como a reciclagem eficiente e bem feita.
* seria a ordem de ação das propostas.

  Essas medidas teriam a finalidade de tentar modificar a realidade da população local de sensibilizar os moradores da cidade de Ribeirão Preto quanto à questão do lixo.

http://www.slideshare.net/LayaraMalvestio/slides-residuos-jd-juliana2
(para melhor visualização faça o Download das 2 partes) 

Portfólio Resíduos

Principais Referências bibliográficas
Texto 1: 

  • BIAGIO F. G.; CECILIA M.V.B.; A SILVIA H.B. A ecologia industrial dentro do contexto empresarial. www.banasqualidade.com.br – Set. 2007
  • NAIME R.; SANTOS I; GARCIA A. C. Uma abordagem sobre a gestão de resíduos de serviços de saúde. Revista Espaço para a Saúde, Londrina - jun. 2004

Texto 2:
  • Bervique, J. M. Estudo dos Impactos Ambientais causados pelo Antigo
Lixão, no Jardim Juliana A e Jardim das Palmeiras II. Ribeirão Preto,
2008
  • Prefeitura de Ribeirão Preto- www.ribeiraopreto.sp.gov.br
Texto 3:

·      Machado, F. O; Cordeiro, J. S. Análise e caracterização da urbanização na área       de Recarga do aquífero guarani em Ribeirão Preto – SP (PDF nº 2).
  • Muñoz S. I. S. Impacto ambiental na área do Aterro Sanitário e incinerador de Resíduos sólidos de Ribeirão Preto, SP. Avaliação de níveis de matais pesados. 2002
  • Tartari L. C. Avaliação do processo de tratamento do chorume do aterro Sanitário de novo Hamburgo. 

Obrigado !!!

 Layara  L. Malvestio
Livia M.  M.  da Silva

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